PROBLEMA DENTÃRIO E UM NEGÃCIO
Era uma manhã qualquer de Novembro do ano passado. Aquelas manhãs próprias, que ajudam a que pessoas próprias fermentem ideias com propriedades parvas. Parvas e úteis. Partilhava a companhia daquele que chamarei apenas de R. (tive sempre a vontade de dar o anonimato a alguém) e que veio a tornar-se membro da nossa entusiástica equipa por mérito próprio e não porque "a cavalo dado não se olha o dente".R. encontrava-se num processo de total reconstrução dentária. Algo muito constrangedor, principalmente a meio da coisa, quando ficamos literalmente desdentados. Ora, no meio de muito riso e pouco ciso, R. vira-se e diz-me:
- Pah, agora é que estava bem para fazer uma campanha para uma clÃnica dentária. Punha-me na rua como sandwich-man, com um desafio inscrito no cartaz: "Façam rir o homem sério!" - e acrescentou - a surpresa era mesmo quando não me controlasse e me risse desdentado.
- Mas isso é muito bom! - respondi-lhe - Tu sabes que ao longo desses anos em que trabalho em comunicação sempre tive vontade de abrir uma agência criativa que incluÃsse nos seus serviços marketing de guerrilha?Comentamos o assunto com o Nuno, amigo habituado em transformar ideias só parvas em ideias parvas e úteis. Sim, muitas vezes funciona assim. Eu dou uma boa ideia, R. torna-a muito parva e o Nuno faz com que seja verdadeiramente útil. Fica assim uma boa ideia, muito parva e verdadeiramente útil. Leia-se boa ideia, como algo genuinamente criativo. Leia-se muito parva, como inovadora, fora-da-caixa. Leia-se muito útil como simplesmente muito útil. A verdade é que o consumidor não se emociona com más ideias, não se interessa por assuntos chatos e não partilha aquilo que não achar relevante para si. Nuno não achou, no inÃcio, "muita graça à brincadeira" e mais tarde tornou-se sócio.A verdade é que com R. sempre tive um entendimento criativo que permite grandes momentos de verdadeiro despique criativo, tal como de cantigas ao desafio se tratasse. Divertimo-nos sempre, sem constrangimentos de reflexão crÃtica pela moral ou legalidade. à por isso que as crianças têm essa capacidade de, face a estÃmumulo, dar um maior número de respostas criativas.Movidos pelo entusiasmo de construir "Legos sérios", procurámos os melhores profissionais, de múltiplas áreas, que conhecÃamos e alguns que não conhecÃamos. Receberam o projeto com o mesmo entusiasmo. Formar uma empresa de comunicação de excelência não foi fácil. Fomos exigentes, determinados e deu muito trabalho. Mas acreditamos que poderÃamos fazer a diferença. E aqui estamos. LIONSOUT nasce de um problema dentário.Aposto que alguém por aà com um problema de ouvidos construiria uma excelente Sociedade de Advogados!